Assim que soube, pela filha Danielle Dytz, que a Polícia Federal
batia à sua porta, no Rio de Janeiro, o ex-deputado Eduardo Cunha entrou
em desespero e telefonou para o Palácio do Planalto. Como Michel Temer
estava retornando do Japão, a ligação foi atendida pelo ministro Geddel
Vieira Lima, articulador político do Palácio do Planalto.
– Geddel, eu vou ser preso! Vocês precisam fazer alguma coisa!
O ministro ouviu calado, mas estava ao lado de Eliseu Padilha, chefe
da Casa Civil, que, nas horas seguintes entrou em contato com advogados
de Cunha para saber se ele precisaria de alguma coisa. Este relato está
em reportagem de Robson Bonin, na revista Veja, e revela não apenas a
intimidade entre Cunha e a cúpula do PMDB, como também o potencial
destrutivo de uma eventual delação do novo homem-bomba da República.