quarta-feira, 4 de outubro de 2017

DROGAS, INSEGURANÇA E PRESSÃO POR PRAZO MARCAM ROTINA DOS CAMINHOMEIROS

Resultado de imagem para caminhoneiro em alta velocidade
Mais de dois milhões de caminhoneiros percorrem as rodovias do Brasil transportando 200 milhões de toneladas de safras e mercadorias. Nos quase 20 mil quilômetros de rodovias federais, são inúmeros os acidentes, que têm entre múltiplos fatores as jornadas excessivas, a falta de segurança e os prazos de entregas apertados. Muitos caminhoneiros recorrem às drogas para não pagar multa por atraso na entrega de mercadoria.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) no Mato Grosso do Sul, o uso de drogas por caminhoneiros triplicou depois que a jornada de até 12 horas de trabalho foi autorizada pela nova Lei dos Caminhoneiros (Lei 13.103/2015). A presença de estimulantes e entorpecentes, principalmente cocaína, foi detectada em 33% dos motoristas submetidos a exames toxicológicos em apenas dois dias de operação realizada no estado.
Para o médico do trabalho Marcelo Carneiro, num primeiro momento, o uso de entorpecentes faz com que o sistema nervoso central fique extremamente acelerado, o que aumenta os reflexos. “Quando essa droga é metabolizada e começa a cair no organismo, ou seja, a sumir do organismo, há um efeito rebote, e o motorista pode apagar no volante. E aí, os acidentes são fatais”, afirma.
Um levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal mostra que, entre 2013 e os quatro primeiros meses de 2017, ocorreram mais de 193 mil acidentes envolvendo caminhoneiros. No mesmo período, foram registradas mais de 5 mil mortes de condutores de caminhões nas rodovias federais.