
Conclusão
rápida: não houve e dificilmente haverá rompimento. Eunício Oliveira (MDB)
continua tão aliável quanto antes do grupo político que funciona no Ceará em
torno da liderança do governador Camilo Santana (PT) e do seu antecessor Cid
Gomes (PDT), um de olho na reeleição e o outro potencialmente candidato a uma
vaga de senador pelo Ceará em 2018. O que está na mesa é, de verdade, apenas um
cálculo eleitoral sobre a conveniência de abrir espaço no palanque ao
representante de um partido que, formalmente acolhido, pode representar um
incômodo para Ciro Gomes, um quarto interessado de peso nas conversas devido à
sua campanha à Presidência da República, que mantém emedebistas entre os alvos
prediletos.
O mais
que se disser, ou não disser, da movimentação nos últimos dias em torno da
montagem do palanque majoritário governista será apenas jogo de cena. Camilo
permanece interessado no apoio de Eunício, que continuará trabalhando para
superar dificuldades expressas por Cid Gomes, que manterá seu esforço de
conseguir um arranjo político local que não arranhe os planos presidenciais do
irmão Ciro. A soma de tudo será uma aliança entre eles, formal ou informal,
sustentada ou não por detalhes legais. Não há mistério na história, ou, pelo
menos, não deveria.
É pura
filigrana política discutir se a aliança se dará em torno de um só palanque,
porque o importante da questão reside no interesse real que moverá os atores
políticos envolvidos. A tese de uma candidatura apenas ao Senado pela coligação
liderada por Camilo, por exemplo, tem tudo a ver com os interesses de Eunício,
já que serão duas vagas em disputa. Portanto, optar por esse caminho será coisa
de aliado, ao contrário do que o barulho tenta fazer crer.
(Guáter
George / O Povo)