“A burocracia do PT não está pensando no país. Eles simplesmente não querem que eu seja o candidato que vá representar uma renovação do pensamento progressista brasileiro. Mas eu não sei se eles vão conseguir porque eles têm ai um negócio muito maravilhoso, que é o povo”, disse Ciro, que reiterou ter apoiado Lula nos últimos 16 anos -“não faltei nenhum dia”.
Pouco antes da entrevista, as cúpulas do PT e PSB decidiram sacrificar candidaturas estaduais em nome de um pacto nacional que levará ao isolamento de Ciro. Em meados de julho, após longo tempo de indefinição, a cúpula do centrão, então dividida entre apoiar o PSDB e o PDT, decidiu-se pelo candidato tucano.
No programa, Ciro afirmou que acredita ser injusta a condenação de Lula, mas que também considera o comportamento do PT “hostil a sorte do povo brasileiro”.
“Virou baderna. Baderna, não, virou religião. Agora, o companheiro Stédile [líder do MST] chamou seis camaradas para fazer greve de fome. Vai lá, companheiro, morrer ai. Na minha opinião, isso não é política, é caudilhismo do mais barato”, afirmou.
Nesta terça-feira (31), manifestantes que pedem a libertação do ex-presidente Lula anunciaram o início de uma greve de fome em ato no STF (Supremo Tribunal Federal). Após lerem um manifesto, seis ativistas foram retirados da frente do prédio por seguranças da corte.
Durante a entrevista, Ciro também se defendeu das críticas ao seu estilo verborrágico, mas admitiu que a postura pode prejudicá-lo.
“Eu não sou candidato a madre superior do Brasil, eu sou candidato a presidente do Brasil”, disse após insistentes perguntas sobre seu temperamento.
Atualizado por Natasha Ribeiro
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Fonte: Folhapress