Os brasileiros vão conhecer, mais ou menos na mesma hora desta sexta (9/12), duas escalações que geram muita expectativa: a do técnico Tite para a Seleção enfrentar a Croácia e a do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Esplanada dos Ministérios a partir do ano que vem.
Assim como Tite gosta de fazer, Lula escondeu o jogo e queria começar a anunciar seu time só a partir da semana que vem, depois de ser diplomado como presidente eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entretanto, uma série de pressões e a necessidade de acelerar a articulação política fizeram o petista mudar de ideia.
Além de desejar criar pontes de diálogo com militares, mercado e líderes políticos, o presidente recém-eleito quer dar legitimidade a nomes que há muito são especulados na imprensa e, extraoficialmente, já são tratados como ministros. É o caso do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que deve assumir o Ministério da Fazenda e até já se reuniu com o atual titular da Economia, Paulo Guedes, na sede da pasta, na quinta-feira (8/12).
Embora o mercado financeiro não aprove a indicação de Haddad, por não ver no petista um perseguidor da responsabilidade fiscal, o nome dele – que é advogado de formação, mas tem mestrado em economia – já foi tão falado que está “precificado”. E um anúncio oficial não deve causar tanto rebuliço na Bolsa ou no preço do dólar, sobretudo em dia de jogo do Brasil na Copa.
Os operadores financeiros ainda esperam, porém, que Lula anuncie um nome com perfil mais liberal na economia para o Ministério do Planejamento. Essa designação, no entanto, não deve ocorrer nesta sexta.
Defesa
O presidente eleito ainda deve anunciar o seu escolhido para o Ministério da Defesa, o que também não será surpresa. O ex-deputado federal e ex-ministro do TCU José Múcio Monteiro deve ficar responsável por administrar a relação entre o governo e as Forças Armadas.
A oficialização desse nome tem como objetivo aproximar o governo eleito dos militares – grupo social que integra a base de apoio de Bolsonaro, presidente não reeleito, e é pressionado por manifestantes acampados em frente a quartéis a dar um golpe para evitar a posse de Lula.