terça-feira, 22 de agosto de 2023

“REPASSEM AO MÁXIMO”, DIZ BOLSONARO SOBRE ENVIO DE FAKE NEWS


Jair Bolsonaro aparece na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que arquivou uma investigação sobre um suposto grupo de mensagens golpistas envolvendo empresários. O então presidente teria indicado que os integrantes do grupo deveriam repassar uma mensagem com fake news contra a corte e o Datafolha, instituto de pesquisa ligado ao jornal Folha de S. Paulo.


A mensagem foi encaminhada pelo contato “PR Bolsonaro 8” no celular de Meyer Nigri, um dos originalmente investigados no inquérito. Ao texto, encaminhado no dia 26 de junho, Nigri — que é um dos controladores da Tecnisa— respondeu: “Já repassei para vários grupos!” “Abraços de Veneza.”.

“O ministro Barroso faz peregrinação no exterior sobre o atual processo eleitoral brasileiro, como sendo algo seguro e confiável. O pior, mente sobre o que se tentou aprovar em 2021: o voto impresso ao lado da urna eletrônica, quando ele se reuniu com lideranças partidárias e o Voto Impresso foi derrotado. Isso chama-se INTERFERÊNCIA. Todo esse desserviço à Democracia dos 3 ministros do TSE/STF, faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições. O DataFolha infla os números de Lula para dar respaldo ao TSE por ocasião do anúncio do resultado eleitoral. REPASSE AO MÁXIMO”, diz a mensagem repassada por Bolsonaro, que pode ser encontrada ainda hoje nas redes sociais.

O grupo

Moraes descreve assim o grupo de mensagens: “Referido grupo reunia grandes empresários de diversas partes do país a pretexto de apoiar a reeleição do então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e conforme apontou a Polícia Federal, demonstraram aderência voluntária ao mesmo modo de agir da associação especializada investigada no Inq. 4874/DF, focada nos mesmos objetivos: atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos Poderes da República, além de outros crimes”.

A investigação segue apenas sobre Meyer Nigri e Luciano Hang, o dono da rede de lojas Havan. “Em relação a AFRÂNIO BARREIRA FILHO; JOSÉ ISAAC PERES; JOSÉ KOURY JUNIOR; IVAN WROBEL; MARCO AURÉLIO RAYMUNDO E LUIZ ANDRÉ TISSOT não foram confirmados indícios reais de fatos típicos praticados pelos investigados (quis) ou qualquer indicação dos meios que os mesmos teriam empregado (quibus auxiliis) em relação às condutas objeto de investigação”, diz Moraes em sua decisão.

O Antagonista