Ainda em tutela a Mano, o senador levantou suspeição sobre o processo que está em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), questionando a “falibilidade do aparato de polícia e do sistema judicial”, que “achincalham as pessoas”.
“Quantos exemplos temos na vida de que inquéritos policiais apontavam para uma coisa e depois invertem-se completamente?”, declarou, mencionando falta de provas, interpretação equivocada da lei, conflito de interesses, entre outros pontos.
Apesar de não negar que haja “transação imoral” com emendas no Congresso Nacional, Cid acredita que “o ministro Gilmar (relator do caso) tem sido pressionado pata fazer alguma coisa” e, por isso, “devia entregar o caso para outra pessoa”. “Todo mundo identifica uma ligação do ministro Gilmar Mendes com a política do Ceará”, completou.
Contudo, fez uma ressalva: "Se errar, eu não tenho compromisso com erro de ninguém, mas até que se prove o contrário, ele (Júnior Mano) é uma pessoa do bem".
‘Cortina de fumaça’
O senador acredita que a denúncia que originou a investigação sobre Júnior Mano, protocolada pela ex-prefeita Rosário Ximenes (Republicanos), de Canindé, representou uma “cortina de fumaça” em prol de investigações ligadas à família dela.
Para ele, os holofotes sobre o pupilo neste momento beneficia outros pretensos candidatos ao Senado, que se sentem intimidados pela influência que o deputado exerce nos municípios cearenses. Segundo Cid, Mano tem relação direta com 29 prefeitos atualmente, que seguem sua liderança.
“Quantos pretendem a vaga de senador no Ceará? Será que enxergam nele um amigo, um aliado? Não, um oponente”, avaliou.
Cid é o principal defensor da candidatura de Júnior Mano à Casa Alta, na sua sucessão. Nesta quarta-feira, ele reiterou que não pretende concorrer à reeleição. Em declarações anteriores, o senador deixou claro que a vaga na campanha majoritária seria dele.
No Congresso Estadual do PSB, realizado em abril deste ano, Cid explicou que o acordo para a possível candidatura foi feito antes da filiação de Júnior Mano à legenda – oficializada em dezembro do ano passado – como já havia revelado em entrevista ao PontoPoder.
“‘Amigo (Júnior Mano), venha para o PSB’. E eu assumo com você o seguinte compromisso: se o partido tiver um lugar na chapa majoritária de 2026, eu me comprometo de que a pessoa é você’”, relembrou.
(Diário do Nordeste)