Brasil
247 - O
relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), que será lido às 10h30 desta
quinta-feira, conseguiu demonstrar o poder de fogo dos grandes meios de
comunicação brasileiros. Em menos de 24 horas, os principais jornais do País
enfileiraram suas tropas e apontaram os canhões na direção do relator da CPI. O
deputado Odair, como se sabe, ultrapassou uma linha perigosa, ao propor o
indiciamento de cinco jornalistas e investigações a respeito da conduta de
outros seis profissionais de imprensa (leia mais aqui).
O caso emblemático é o do jornalista Policarpo Júnior.
Odair demonstra que o diretor de Veja tinha ciência de estar servindo a
interesses privados de Cachoeira (que apenas eventualmente coincidiam com
interesses públicos), valendo-se muitas vezes de munição para suas denúncias
obtida por meio de gravações clandestinas ou compradas ilegalmente (como no
caso do Hotel Naoum, em Brasília).
O relator também cita exemplos de
profissionais que receberam dinheiro, champanhes e outros presentes de
Cachoeira para produzir reportagens. Mas, na visão dos grandes grupos privados
de comunicação, investigá-los representa uma ameaça à liberdade de expressão.
Tanto a Folha como o Estado produziram editoriais a respeito (leia aqui), como colunistas de
renome, vide Ricardo Noblat (leia aqui), também condenaram
o relatório de Odair Cunha. Foi como se proclamassem, em uníssono: "Somos
todos Policarpos". Ou, de outra maneira, "mexeu com ele, mexeu
comigo".