sábado, 4 de maio de 2013

''EXISTEM DOIS PTs: O ELEITOREIRO E O DA BASE'', DIZ LULA


Dez anos de poder levaram à existência de dois PTs: o “eleitoreiro”, “parlamentar, o PT dos dirigentes”, e o da base “igualzinha ao que era em 1980” e quer um partido “que não faça aliança política, mas ao mesmo tempo sabe que, para ganhar, tem que fazer acordos políticos”. A análise é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criador da legenda que nasceu num colégio católico, em bairro nobre paulistano, e agora “precisa voltar a acreditar em valores (...) que foram banalizados por conta da disputa eleitoral”, mas sem ser “sectário como era no começo”. 
As declarações do “principal protagonista” do PT fazem parte do livro 10 Anos de Governos Pós-Neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. O livro também traz uma entrevista inédita do ex-presidente, concedida em 14 de fevereiro. Estão lá não só frases de elogios aos mandatos petistas - como “outros países não conseguiram, em 30 anos, fazer o que nós conseguimos fazer em dez anos” -, mas também uma análise do quanto a chegada ao poder mudou o PT, e o que o partido deve fazer a respeito.

Nas 20 páginas da entrevista, só o próprio Lula menciona a palavra mensalão e cita “problemas com os companheiros” que tiveram de deixar o governo.

Em meio à defesa de ações de sua gestão, como a criação de universidades federais, o aumento do salário mínimo e a “revolução na política externa” do País, o ex-presidente reconhece “tropeços” e “medidas erradas”, como o programa do primeiro emprego. “Concluímos que essas coisas fictícias não funcionam. Pode ficar muito bom no discurso, mas o patrão só vai contratar um trabalhador se precisar dele. Nem o Estado contrata se não precisa”, diz.(Da Agência Estado)