A ala mais radical ou ideológica
do bolsonarismo sempre olhou feio para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apontado
como símbolo de uma velha política que deve ser combatida. Até o final da
última semana, porém, ainda havia uma “política de boa vizinhança”, forçada,
que ruiu de vez quando o presidente Jair Bolsonaro partiu para o ataque,
acusando o parlamentar, entre outras coisas, de tramar tirá-lo do cargo.
Os ataques
de Bolsonaro deram início a uma caçada virtual contra o presidente da Câmara.
Desde a noite da última quinta-feira (16/04), quando o chefe do Executivo
reclamou da versão aprovada pela Câmara da ajuda federal a estados e
municípios, influenciadores digitais do bolsonarismo começaram a alvejar Maia
em todas as redes sociais e em grupos da militância em aplicativos como o
WhatsApp.
Ao longo da sexta-feira
(17/04), as menções a #ForaMaia ultrapassaram
1,2 milhões de postagens no Twitter, segundo a própria plataforma, e se
mantiveram no topo dos chamados trending topics, os assuntos mais comentados na
rede.
Como prova de que uma crise
entre poderes da República se desenvolve com rapidez, autoridades do Executivo,
vinculadas institucionalmente a Bolsonaro, não se constrangeram de atacar Maia
abertamente.
Na postagem abaixo, o
deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, retuíta
provocação feita por Arthur Weintraub, irmão do ministro da Educação e assessor
direto de Bolsonaro, com sala no Palácio do Planalto. Os dois ironizam, com a
acusação de que a hashtag contra o presidente da Câmara foi movimentada por
perfis robotizados.