Um apanhado de 15 afirmações
feitas por ele nos últimos 15 meses confirma o que Bolsonaro quer que
esqueçamos:
2
de setembro de 2020 – “Ninguém pode obrigar
ninguém a tomar vacina.”
21
de outubro de 2020 – “Para o meu governo,
qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser
comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa.
O povo brasileiro não será cobaia de ninguém.”
5
de dezembro de 2020 – “Como sempre, eu nunca
fugi da verdade, eu te digo: eu não vou tomar vacina. E ponto-final. Se alguém
acha que a minha vida está em risco, o problema é meu. E ponto-final.”
17 de dezembro de 2020 – “Se você virar um jacaré, problema seu. Se você virar
super-homem, se nascer barba em mulher ou algum homem começar a falar fino,
eles não vão ter nada a ver com isso.”
19
de dezembro de 2020 – “A pressa da vacina
não se justifica porque você mexe com a vida das pessoas, você vai inocular
algo em você.”
7
de janeiro de 2021 – “Vocês sabem quantos
por cento da população vai tomar vacina? Pelo que eu sei, menos da metade vai
tomar.”
11
de fevereiro de 2021 – “Quando eu falei
remédio lá atrás, levei pancada. Nego bateu em mim até não querer mais. Entrou
na pilha da vacina. O cara que entra na pilha da vacina, só a vacina, é um
idiota útil. Nós devemos ter várias opções.”
4
de março de 2021 – “Tem idiota que a gente vê nas redes
sociais, na imprensa, [dizendo:] ‘Vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua
mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo.”
17
de junho de 2021 – “Eu estou vacinado entre aspas. Todos que
contraíram o vírus estão vacinados, até de forma mais eficaz que a própria
vacina, porque você pegou vírus para valer. Quem pegou o vírus está imunizado,
não se discute.”
14.out.2021
– “Por que obrigar criança a tomar vacina? Qual a chance de
uma criança, por exemplo, contrair o vírus e ir a óbito? […] Parece, não quero
afirmar, que é o lobby da vacina.”
7
de dezembro de 2021 – “A gente pergunta: por
que o passaporte vacinal? Essa coleira que querem botar no povo brasileiro.
Cadê nossa liberdade? Prefiro morrer do que perder minha liberdade.”
19
de dezembro de 2021 – “Vacina para criança:
primeiro, só autorizado pelo pai. Se algum prefeito, governador, ditador aí
quiser impor, é outra história, mas, por parte do governo federal, tem que ter
a autorização dos pais. Tem que ter uma receita médica.”
27
de dezembro de 2021 – “A questão da vacina
para crianças é uma coisa muito incipiente, o mundo ainda tem dúvidas, e não
vêm morrendo crianças que justifique uma vacina emergencial.”
6
de janeiro de 2022 – “A vacina será de
forma não obrigatória. Então, ninguém é obrigado a vacinar o teu filho. Se é
não obrigatória, nenhum prefeito ou governador poderá impedir o garoto ou a
garota de se matricular nas escolas por falta de vacina.”
12
de janeiro de 2022 – “Trezentas e poucas
crianças. Lamento cada morte – ainda mais de crianças, que a gente sente mais
–, mas não justifica vacinação, pelos efeitos colaterais adversos que essas
pessoas têm.”
A
próxima viagem internacional de Bolsonaro será ao Suriname nesta quinta-feira
(20/1). Dos 52 integrantes da equipe precursora que voariam para lá, 10
contraíram o vírus.
Quer
dizer: não basta ter dado passe livre ao vírus para que matasse quem tivesse de
morrer no Brasil, ele pode pôr em risco, no Suriname, a saúde dos que o
receberem, e a sua comitiva.
O
mensageiro da morte não liga para a própria vida desde que escolheu ser
paraquedista e antes de o Exército dispensá-lo por conduta antiética, acusado
de pretender jogar bombas em quartéis.
O
médico responsável pela internação de Bolsonaro no último dia 3, o cirurgião
Antônio Luiz Macedo, aconselhou Michelle, a primeira-dama, a pôr um cadeado na
moto dele.
“O
presidente não pode fazer força também por um bom tempo, a força pode fazer o
abdome torcer”, explicou Macedo. Há dois dias, Bolsonaro passeou de moto em
Brasília.
Se
não tem amor à vida, o problema é dele. Ameaçar a vida alheia, porém, é um
problema que afeta a todos os seus governados. Está próxima a hora de
acertarmos as contas com Bolsonaro.