De vez em quando, os relógios do governo, Congresso e Supremo Tribunal Federal marcam a mesma hora. Na maioria das vezes, porém, o tempo corre mais devagar no relógio do Supremo, e mais rápido no do Congresso se comparado com o do governo.
Acidentalmente eleito presidente, o ex-capitão Jair Bolsonaro não estava pronto para governar, sequer para entender os pormenores do exercício do poder. Sua formação militar o impedia. Seus quase 30 anos na Câmara como deputado foram desperdiçados.
Por falta de sorte ou castigo, viu-se ameaçado pelo escândalo da rachadinha antes de assumir o cargo. Seu filho Flávio, o Zero Um, não é o único que corre perigo, embora protegido pelo mandato de senador. Carlos, o Zero Dois, e o próprio Bolsonaro correm.
Vem daí a agonia de Bolsonaro que não chegará ao fim nem quando terminar o seu mandato, tomara que em janeiro próximo. Só então ele se dará conta da falta de sincronia entre os relógios dos três Poderes da República, e o mal que isso poderá lhe causar.
(Blog do Noblat)