É pólvora pura o depoimento dado aos investigadores da Lava Jato por
Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, o Doda, acusado de ser o
intermediário entre empreiteiras e os conselheiros do Tribunal de Contas
do Estado do Rio. Executivos da Andrade Gutierrez disseram que o
empresário recebia valores em espécie da ordem de 1% das obras, a mando
dos conselheiros do órgão. Ele entregou à Justiça farta e minuciosa
documentação. O clima no TCRJ oscila entre o pânico e o pavor. As
denúncias também alcançam muitos prefeitos que tiveram suas contas
julgadas na Corte.
Com muitos projetos para apreciar, o Senado funciona a meia bomba. Só
a presidência da CCJ foi definida, entregue a Edson Lobão (PMDB-MA). As
escolhas dos titulares das demais comissões não avançam porque Renan
Calheiros (PMDB-AL) briga para Fernando Collor de Mello assumir a
Comissão de Relações Exteriores. Mas tais escolhas são definidas pelo
tamanho das bancadas. E o ex-presidente é o único filiado do PTC no
Senado. A insistência tem a política alagoana na mesa. Collor, em
gratidão, ajudaria Renan tentar se reeleger ao Senado, no ano que vem.