Neste ano de 2020 teremos mais uma
vez eleições para definir líderes e representantes municipais. O debate de uma
eleição diferente, marcada pelo provável momento pós-coronavírus, está na
mídia. Mas o que vem depois da eleição, o fazer, é que deve nos interessar
mais.
Passada a epidemia, ficam as suas
sequelas na saúde, na segurança, na economia e na educação.
Todos os temas são de essencial
destaque para a discussão na busca de proposições e resoluções que minimizem os
impactos. Me atenho, no entanto, a um que já tem bom exemplo a ser seguido não
só pelos demais municípios do Ceará, mas de todo o Brasil: a exitosa educação
básica de Granja, município do qual me orgulho de ter sido prefeito.
Uma pequena cidade de um dos estados
mais pobres do Brasil tem as crianças que melhor aprenderam a ler e a escrever
nos últimos anos. Isso com base em levantamento do Ministério da Educação,
divulgado ano passado pelo Jornal O Estado de São Paulo mostrando que Granja
tem nove entre as dez escolas com os melhores índices de leitura do País.
O contexto nacional atual é que mais de
35% dos estudantes não conseguem escrever corretamente e que 50% dos alunos,
faixa dos 8 anos da idade, não sabem ler de forma satisfatória. Ao mesmo tempo
que os alunos da Escola Nossa Senhora Aparecida, na zona rural granjense, são
os melhores do Brasil em leitura e escrita.
Esta realidade não estava muito
distante. Em 2012, Granja ranqueava na posição 183 dentro do índice educacional
dos 184 municípios cearenses. Na época, 11 escolas estavam entre as 150 piores
do Estado. A mudança não aconteceu segundo fórmulas mágicas. Foi preciso
empenho, dedicação, investimento e muito trabalho. O modelo educacional
utilizado cresceu e vingou longe das pautas ideológicas sobre educação.
Realizamos concursos, implantamos
plano de cargos, gratificação, uso de recursos próprios, dois professores por
sala, reforço escolar, cursos para gestores.
Coloco Granja como exemplo na
esperança de ver um país, hoje sem rumo, transformado pela educação sob
liderança de novos gestores eleitos. Há, sim, a possibilidade da mudança.
Ela já aconteceu. Se a pequena cidade
do Sertão conseguiu, há de fato a possibilidade dos nossos municípios, por todo
o País, compreenderem que podem alfabetizar suas crianças não importa a
paisagem.
(Informações do O Otimista)