quarta-feira, 8 de julho de 2020

MANUTENÇÃO DE GRAVADOR DA "LAVA JATO" EM CURITIBA CUSTA R$ 115 MIL POR ANO

Em entrevista ao jornalista Josias de Souza, do portal UOL, nesta terça-feira (7/7), o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da autodenominada "força-tarefa da lava jato" no Paraná, tentou demonstrar que um equipamento de gravações de ramais adquirido pela Procuradoria no estado não faz "grampo" (interceptações telefônicas). Para tanto, mostrou ao jornalista — e a todos os espectadores via videoconferência— uma nota fiscal que seria referente à aquisição do aparelho. Embora muitas das informações do documento não estejam legíveis, é possível ver seu valor: R$ 14.680.

Ocorre que Dallagnol omitiu informações importantes sobre o caso. Documento ao qual a ConJur teve acesso revela, por exemplo, que a manutenção do tal gravador custa R$ 8.411,54 por mês — ou quase R$ 101 mil anuais.

O documento em questão é um contrato para "prestação de serviços continuados de manutenção de central telefônica", firmado em 2018 pelo Procuradoria da República no Paraná e a Trendcom (a mesma empresa que teria vendido o aparelho). O valor total do contrato, que contempla a manutenção de aparelhos em outras unidades do MPF-PR, é de R$ 256.800 por ano.