As regras eleitorais ficaram mais duras e, ao colocar tudo na ponta do lápis, os comandantes partidários descobriram o tamanho do problema que terão pela frente. No Distrito Federal, por exemplo, são oito vagas na Câmara dos Deputados. Para eleger um deputado, são necessários algo em torno de 180 mil votos. Até 2018, os partidos lançavam 16 candidatos, ou seja, o dobro do número de vagas. Se tivesse coligação, poderia lançar mais oito, chegando a 24 candidatos.
Agora, não há mais coligações, e cada partido só poderá lançar o número de vagas mais um, num total de nove candidatos. Para completar, um deputado para obter a vaga com base na soma dos votos dos candidatos de seu partido precisa ter, sozinho, 20% do coeficiente eleitoral — no DF, algo em torno de 36 mil votos. Por esse critério, por exemplo, Celina Leão, que obteve 31 mil, estaria fora, e a vaga do oitavo deputado ficaria em aberto, uma vez que o Podemos, do suplente Professor Pacco, que obteve 39 mil votos, não tinha atingido o coeficiente, e o cálculo da sobra beneficiou o PP de Celina.
Se agora essa “sobra” já está dando muita discussão, imagine quando as urnas forem abertas, em outubro.
(Denise Rothenburg)