O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ocupa o mais alto cargo da República entre os filiados da federação União Progressista, formada entre o seu partido e o PP, legenda do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do senador Ciro Nogueira (PP-PI). Formalizada nesta terça-feira, 19, a aliança nasce, na perspectiva da maioria de seus membros, para oferecer uma alternativa de candidatura de oposição a Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. Mas, pelo menos por enquanto, os titulares dos cargos não confirmam desembarques do governo.
Como chefe do Legislativo, Alcolumbre tem poder para negociar diretamente com o governo, sem necessidade de dividir decisões com a direção de seu partido. Ele mantém uma relação de proximidade com Lula, atende em grande parte às pautas do Planalto e, assim, avaliza nomeações para o primeiro e para o segundo escalão do Executivo.
Na lista de indicações de Alcolumbre estão os titulares de três ministérios: Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), Celso Sabino (Turismo) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional). Ex-governador do Amapá, Góes é filiado ao PDT, mas faz parte da cota do presidente do Senado no governo.
Alcolumbre também mantém cargos na Caixa Econômica Federal e na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), e ainda trabalha por nomeações no Banco do Brasil, nos Correios e no Ministério de Minas e Energia, onde trava uma disputa com o atual ministro, Alexandre Silveira (PSD-MG).
Com um pé no partido que lhe dará legenda para disputar no Amapá e outro no governo que garante a ele condições de mandar recursos para sua base, Alcolumbre faz um discurso divergente da maioria do PP e do União Brasil. Nesta terça-feira, 19, ele foi explícito nas diferenças ao discursar no lançamento da federação e enfatizar que a composição partidária nasce sem ser “de oposição ou de situação”. A mensagem apontou para o caminho da conciliação. “Não aguentamos mais a divisão da sociedade, a gente tem que compreender que a política foi feita para resolver os problemas, e não para criar problemas”, disse o presidente do Senado.
(PlatoBR)