quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

PAVIO CURTO, MAS...

(Por Carlos Brickmann)
Sem fantasia - Tudo muito bom, tudo muito bem, Ciro Gomes tem o pavio curto, mesmo. É briguento, pode ser grosseiro, pode ser desrespeitoso. Mas no episódio atual, em que afastou um cavalheiro com o braço para não ser filmado, depois que este cavalheiro o ofendeu, Ciro Gomes não é culpado: é vítima. Esse estilo debochado e agressivo de algumas pessoas com uma câmera na mão não é jornalismo, não é descontração, não é ousadia: é apenas falta de educação.

Lembremos: Ciro, secretário da Saúde do Ceará, foi inaugurar uma Unidade de Pronto-Atendimento, UPA (aquilo que, antes que tucanassem a linguagem política, chamávamos de pronto-socorro). Aí se aproxima alguém com uma câmera na mão (repórter não era; talvez, mas isso não ficou claro, mídia ninja) para entrevistá-lo e começa dizendo 'mais um que faz parte da corja'. Ciro o afastou, então, e o assunto morreu - exceto na Internet, onde vicejaram as críticas ao secretário. Ciro pode ter todos os defeitos, mas não é obrigado a dar entrevista a alguém que já chega disposto a ofendê-lo. 


Um repórter pode ser corajoso, pode não ter papas na língua, pode ser ousado, mas no mínimo precisa ter educação.