Sob críticas de especialistas, as despesas com saúde e educação
também entraram a limitação de gastos públicos anunciada pelo presidente
em exercício, Michel Temer, para tentar recuperar a economia. De um ano
para o outro, os gastos públicos poderão aumentar apenas o equivalente à
inflação, não mais que isso. Nos últimos 15 anos, os gastos nos dois
setores cresceram 126% acima da inflação.
Conforme levantamento do Contas Abertas, considerando todas as
categorias de despesas, os ministérios da Educação e da Saúde somaram
desembolsos de R$ 229,8 bilhões ao final de 2015. Em 2001, esses
dispêndios chegavam a apenas R$ 101,6 bilhões. Os valores estão
corrigidos pelo IPCA, isto é, pela inflação do período, o que significa
dizer que os dados mais que duplicaram em comparações reais.
O aumento mais significativo se deu no Ministério da Educação. Há 15
anos atrás, os recursos desembolsados pela Pasta atingiram R$ 42,1
bilhões. No exercício passado, depois do implemento de programas como
Pronatec e Fies, os números chegaram a R$ 123,8 bilhões. O crescimento
real dos valores desembolsados foi de 193,7%.