O chefe da Advocacia Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo,
convenceu o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), a
tentar "melar" o processo de impeachment após uma longa conversa,
domingo (8) à noite, durante a qual, segundo telatos de parlamentares,
teriam bebido juntos três garrafas de aguardente Velho Barreiro, segundo
r.
A conversa, típica de mesa de bar, relatada ao vice-presidente Michel
Temer por parlamentares, serviu para que Maranhão tivesse uma primeira
experiência como suposto integrante do "núcleo do poder" petista.
Político do baixo clero, que nunca recebia nem mesmo cumprimentos
cordiais de ministros, ficou encantado com os salamaleques.
Naquele mesmo domingo, um jatinho da FAB foi buscar Waldir Maranhão
em São Luís, e Cardozo deu um jeito de colocar no mesmo avião o
governador maranhense Flávio Dino (PCdoB), aliado do governo contra o
impeachment, e aliado do presidente interino da Câmara, a quem ofereceu
espaços ainda mais generosos em seu governo e fez ver ao parlamentar as
vantagens de estar junto do governo Dilma. Durante o vôo, Dino já
alinhavou as "razões" para Maranhão tentar aplicar um golpe no
impeachment.
Ao final da terceira garrafa, relatam deputados próximos dos
personagens da conversa, Cardozo deu a cartada final, tentando
sensibilizar Maranhão: "Não posso fazer mais nada pela chefa, mas desço a
rampa com ela!". Em seguida, o advogado-geral da Dilma, como tem sido
chamado, revelou o que estava por trás de toda aquela concersa de
cerca-lourenço:
- Eu tenho a solução. Na verdade, você, Maranhão tem a solução - afirmou Cardozo.
E, seguida arrematou, enchendo a bola do novo presidente da Câmara:
- Você pode parar tudo! Entrar para a História! Ganhar o reconhecimento dos brasileiros! Ter a gratidão da Dilma e de todos nós!
Waldir Maranhão, segundo um deputado governista do Ceará, "acreditou
na conversa e só perguntou onde deveria assinar". Na manhã seguinte,
segunda-feira (9), perpetrou a presepada.
(Com Informações do Diário do Poder)