Desde que foi considerado indigno pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
para presidir a Câmara dos Deputados e afastado do cargo, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) é uma espécie de bode que quase foi retirado da sala. Na
imagem jocosa usada por dois deputados que discutiam a situação dele
nesta terça-feira em Brasília, ele “empacou” ao passar na porta.
É nesta qualidade de zumbi político, com influência para emplacar ao
menos três nomes no Governo Temer e tumultuar o andamento na Casa que
presidiu com mãos de ferro, que Cunha prepara o seu arsenal para a
próxima quinta-feira, quando irá depor ao Conselho de Ética, que analisa
uma representação contra ele por quebra de decoro parlamentar.
Enquanto seus adversários políticos o consideram fragilizado no
cenário, o peemedebista vai repetir sua estratégia, a de se defender das
acusações na Operação Lava Jato atacando seus inquisidores.