Erra quem pensa que lugar de mãe é apenas em casa. Na Assembleia
Legislativa, as deputadas que associam a política com a maternidade têm
mostrado que essa é a oportunidade de lançarem projetos e debaterem todo
o tipo de assunto. Parlamentares entrevistadas destacam que, apesar das
jornadas duplas ou triplas, a dedicação é ampliada e a competência
garantida, com um toque especial: o olhar sensível e acurado.
“A mulher, além de ser mãe, tem uma capacidade de compreensão e de
discernimento bem apurada nas questões que vão interferir diretamente na
vida de nós todos”,afirma a deputada Augusta Brito (PCdoB). Segundo
ela, é importante o aumento da representação feminina na política, para
que as mulheres possam contribuir com questões que vão além das pautas
feministas.
Mãe de três filhos, Eduarda, de 16 anos, Gabryele, 12, e Gadyel, 5, ela
diz que as crianças já estão acostumadas com a rotina de trabalho
puxada, assim como a de mães brasileiras que atuam nas mais diversas
carreiras. Para a filha Gabryele, o trabalho da mãe é exemplo para o
futuro. "Eu quero ser prefeita quando crescer. Minha mãe passa muito
tempo fora, só é ruim isso, mas ela sempre se preocupa com a gente,
sempre liga e quer saber o que acontece", destaca a adolescente.
A deputada Fernanda Pessoa (PR) também tem a agenda lotada, mas
consegue se virar bem com todas as tarefas. “O que importa é a qualidade
do tempo que você tem com seus filhos. Tem mães que passam o dia com
eles e não têm diálogo. Quando estou na Assembleia, tenho que pensar nos
filhos de todo o Ceará”, ressalta a deputada, mãe de Enzio, de 22 anos,
e de Lívia, 19.
Conforme a parlamentar, a filha não aceitou bem a entrada na política,
mas depois passou a apoiar ao observar os projetos desenvolvidos, como a
campanha voltada para a vacinação contra o Papilomavírus Humano, o HPV,
responsável por casos de câncer de colo do útero. “As mulheres estão
entrando na política, o que não acontecia antigamente, apesar de ainda
serem minoria. Acho muito legal o trabalho da minha mãe, principalmente
pelo fato dela ajudar as pessoas”, afirma a filha Lívia, estudante de
Direito.
Para o filho da Dra Silvana (PMDB), o estudante de Medicina Moacir
Oliveira, de 25 anos, a mãe é motivo de imenso orgulho, seja na
medicina, na política, na igreja ou na maternidade. “Apoio ela em tudo o
que ela fizer. Ela é muito firme e acredito na força das convicções
dela. Vejo a política como mais uma forma dela fazer o bem e cuidar das
pessoas. Ela também se destaca muito na Medicina e não há limitação pelo
fato de ela ser mulher”, ressalta Moacir.
Dra Silvana, que também é mãe de João Gabriel, de 17 anos, destaca que a
maternidade sempre vem em primeiro lugar, mas que isso nunca prejudicou
o trabalho. “As mães têm esse dom de conciliar as atividades. Nunca
faltei uma reunião de pais. Meus filhos são pessoas equilibradas
emocionalmente e que se destacam bastante”, fala a parlamentar. Conforme
ela, Moacir, por exemplo, adora opinar e dar assessoria na sua atuação
política, que a motiva ainda mais a seguir com as atividades.
A bancada feminina da Casa também é composta pelas deputadas Aderlânia
Noronha (SD), Bethrose (PMB), Laís Nunes (PMB), Rachel Marques (PT) e
Mirian Sobreira (PDT), que conciliam a política com a maternidade.
(Informações da AL/CE)