Em apenas 30 dias, programas de rádio e TV promoveram 4,5 mil
violações de direitos, cometeram 15.761 infrações às leis brasileiras e
multilaterais, como a Constituição Federal e a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, e desrespeitaram 1.962 normas autorregulatórias, como o
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Os dados são da pesquisa
lançada ontem (16) pela Andi – Comunicação e Direitos.
Este é o terceiro volume do guia de monitoramento Violações de
direitos na mídia brasileira, produzido pela Andi, organização
não-governamental (ONG) criada há 23 anos e que trabalha com políticas
de comunicação, na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes e
pela inclusão e sustentabilidade. “O resultado geral indicou para um
nível de violações incompatível com a democracia”, informou a
coordenadora do guia, Suzana Varjão.
Segundo a ONG, o monitoramento revelou um volume de violações e
infrações que “evidencia o caráter não circunstancial das práticas
anti-humanistas e antidemocráticas desse modelo de comunicação, além de
expor padrões discursivos incompatíveis com a democracia, com ataques
reiterados a suas instituições e instrumentos, discursos de ódio contra o
campo de defesa dos direitos humanos e combate público aos parâmetros
que regem o exercício da imprensa”.