quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

OS FGs MOSTRAM FORÇA E FICA COM O FILÉ DO SECRETARIADO

Por Fábio Campos
fabiocampos@focus.jor.br

Conversa vai, conversa vem e o grupo político de Cid e Ciro Gomes ficou com o filé do secretariado de Camilo Santana. A assertiva merece uma explicação. Antes, uma pergunta é fundamental para entender o que aconteceu: qual o sentido de colocar o eterno secretário Mauro Filho no Planejamento? Pois é. A Secretaria de Planejamento foi desenhada por Maia Jr para ficar com a cara do modo Maia Jr de governar, que, ao fim das contas, seria a marca de Camilo para a segunda gestão.
Da forma como o segundo mandato foi pensado, o Planejamento passa a ser a pasta eixo do Governo. Tão importante e determinante que cada uma das outras secretarias tem um novo cargo que leva o seguinte nome: planejamento e gestão. Óbvio que a ideia é que esse cargo funcione como uma extensão da pasta mãe em cada uma das secretarias. Uma forma inteligente de fazer com que os ditames oriundos do Planejamento sejam fielmente seguidos por todos os outros secretários.
Com a composição do secretariado, o que deveria ser a cara do Maia Jr passou a ter o jeitão e a aparência do Mauro Filho, o fidelíssimo assessor econômico de Ciro Gomes.
O primeiro mandato de Camilo Santana tinha dois homens fortes. No caso, Maia e Mauro. O segundo cuidou das contas e o primeiro deu um rumo a uma gestão que, nos dois anos iniciais, caminhava trôpega. Para o segundo mandato, os primeiros sinais apontam que Mauro Filho terá a força. Ainda mais protegido por uma mandato de deputado federal.
E Cidades com Zezinho Albuquerque? Politicamente forte, a pasta estava separada para contemplar o grupo político de Eunício Oliveira (MDB). Os FGs foram consultados, o interesse de Eunício e do governador foi colocado em segundo plano e a resultante foi o também fidelíssimo ex-presidente da Assembleia Legislativa no comando da pasta.
Outra Secretaria com muita força em qualquer governo é a que cuida das obras. Essa está nas mãos de Lúcio Gomes, um dos irmãos FGs.
O resumo da ópera é o seguinte: se Camilo tentou impor a sua cara e sua marca ao segundo mandato, a resultante com a montagem do secretariado não garante que conseguirá. A não ser, é claro, que o governador tire cartas da manga no decorrer da gestão.