O presidente Jair Bolsonaro sofreu, na noite de terça-feira (19), sua primeira derrota no plenário da Câmara. Em votação simbólica, os deputados derrubaram o decreto presidencial que aumentou a lista de servidores que podem transformar dados públicos em ultrassecretos (aqueles que podem ser guardados por 25 anos). O projeto segue agora para o Senado, onde terá de passar por nova deliberação.
Diante da iminência da derrota, o líder do governo, deputado Major Victor Hugo (PSL-GO), liberou os integrantes da base a votarem como quisessem. O resultado da votação é sinal da insatisfação das lideranças partidárias com a articulação política do Palácio do Planalto. A derrubada do decreto começou a ser desenhada na reunião de líderes ainda na manhã de ontem (19) quando a maioria das lideranças fechou acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a análise do requerimento de urgência e do mérito do projeto, isolando o PSL de Jair Bolsonaro.
A urgência foi aprovada por 367 votos, 57 contrários e 3 abstenções. Com isso, a tramitação da proposta ficou restrita ao plenário. O líder do PSL, Delegado Waldir (GO), tentou então retirar a proposição da pauta, mas sofreu nova derrota, por 325 votos a 54. Em seguida, decidiu-se pela votação simbólica, aquela em que não há declaração nominal de voto.