quarta-feira, 20 de outubro de 2021

CFM TEVE AÇÃO CRIMINOS, DIZ RELATÓRIO DA CPI DA COVID


Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) usou termos contundentes para descrever a ação do Conselho Federal de Medicina (CFM) durante a pandemia. Ele classificou a conduta do conselho de "deletéria" e "danosa ao povo brasileiro" ao transferir para os médicos a responsabilidade pela prescrição de medicamentos como cloroquina, mesmo tendo conhecimento da ineficácia do tratamento.

O respaldo para prescrição de remédios ineficazes se deu graças à publicação do parecer número 4/2020 do CFM. A publicação foi classificada por Renan de "temerária, criminosa e antiética".

O relator defendeu o envio do relatório ao próprio Conselho Federal de Medicina para apuração de responsabilidade do presidente do CFM, Mauro Luiz de Brito Ribeiro, responsável pelo parecer.

O senador Humberto Costa (PT-PE) defende que, além da investigação no âmbito do CFM, as denúncias contra Ribeiro sejam levadas também ao Ministério Público Federal.

O relatório cita o discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU, em 21 de setembro, como o maior "símbolo" da ação deletéria do CFM. No discurso, o presidente se respaldou no parecer do CFM para defender o tratamento ineficaz perante ao mundo.

As palavras da médica Luana Araújo em seu depoimento também foram lembradas para condenar a ação do conselho.

Sobre autonomia do médico, Luana explicou: "Isso (a autonomia) não me dá o direito de experimentar com o meu paciente ou de inventar qualquer outra coisa acima do conhecimento científico. A ineficácia está comprovada, gente. Não é mais uma discussão".